COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

Ações de invasores incendeiam, mais uma vez, terras públicas no Pará que também foram alvos no “Dia do Fogo”

Mais de 50 organizações e movimentos sociais do campo e da cidade, entre elas a Comissão Pastoral da Terra, assinam Carta em solidariedade ao Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Terra Nossa, situado entre os municípios de Novo Progresso e Altamira, no Pará. 

O assentamento, que foi um dos mais afetados durante o "Dia do Fogo" em 2019, está novamente diante dos impactos de incêndios criminosos na região. "Desde o dia 11 de agosto, última quinta-feira, as famílias do Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Terra Nossa, situado entre os municípios de Novo Progresso e Altamira, estão revivendo esse terror. Embora o “Dia do Fogo”  tenha tido mais visibilidade sobre os incêndios como arma para a expulsão de comunidades rurais e para consolidar a grilagem de terras, as famílias assentadas, as organizações sociais e as plataformas de dados sobre queimadas demonstram que ano após ano, os incêndios criminosos na região se repetem, assim como o desmatamento e a grilagem", denuncia a Carta. 

  • Confira o documento na íntegra: 

CARTA DE SOLIDARIEDADE AO PDS TERRA NOSSA

Após três anos exatos do famigerado “Dia do Fogo”, um dos assentamentos mais afetados por esse crime está novamente sob ataque. Os dias 10 e 11 de agosto de 2019 ficaram marcados na história brasileira pela quantidade de focos de incêndio que ocorreram simultaneamente em diversas cidades do norte do país, em plena floresta Amazônica. A ação foi coordenada e orquestrada por fazendeiros e ruralistas, principalmente do oeste paraense, para incendiar terras públicas visando a grilagem das mesmas, ao mesmo tempo em que buscavam chamar a atenção do presidente da república, Jair Bolsonaro, já que este demonstrou em diversos momentos que simpatizava com ruralistas e grileiros.

Desde o dia 11 de agosto, última quinta-feira, as famílias do Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Terra Nossa, situado entre os municípios de Novo Progresso e Altamira, estão revivendo esse terror. Embora o “Dia do Fogo”  tenha tido mais visibilidade sobre os incêndios como arma para a expulsão de comunidades rurais e para consolidar a grilagem de terras, as famílias assentadas, as organizações sociais e as plataformas de dados sobre queimadas demonstram que ano após ano, os incêndios criminosos na região se repetem, assim como o desmatamento e a grilagem. De acordo com a plataforma do Instituto Socioambiental (ISA), Alertas+, o desmatamento em 2021 em Novo Progresso teve um aumento de 91% em comparação com 2020. Já o Caderno de Conflitos no Campo de 2021, publicado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), demonstra que 2021 teve o total de 37.596 famílias afetadas por incêndios criminosos, 35.420 por grilagem de terras e 42.255 pelo desmatamento ilegal. 

As famílias do PDS Terra Nossa vêm sofrendo há anos uma série de ameaças, que por vezes se concretizam, e em 2018 quatro lideranças foram assassinadas em decorrência dos conflitos envolvendo ruralistas que estão por trás das invasões, utilizando dos incêndios, do desmatamento e da grilagem como arma contra as comunidades. No entanto, em 2011 também foram registrados assassinatos no PDS, e no dia 10 de julho deste ano um jovem leiteiro chamado Zé Filho foi assassinado com um tiro de espingarda nas costas. Tanto em 2019 como agora, os roçados dos assentados, suas plantações e nascentes estão sendo destruídos. Os modos de vida, saúde e soberania alimentar dos moradores do PDS estão sendo gravemente destroçados. Os órgãos públicos já foram acionados, mas até o momento (12 de agosto), nenhuma medida foi tomada contra os invasores causadores dos incêndios. Neste exato momento, lideranças que denunciam as invasões continuam sendo ameaçadas de morte.

As organizações, movimentos sociais do campo e da cidade, assim como as comunidades que assinam esta Carta de Solidariedade ao PDS Terra Nossa, EXIGE que os órgãos competentes como o Ministério Público Federal, Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Pará, Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social,  Ministério Público do Estado do Pará, Delegacia de Conflitos Agrário do Estado do Pará, INCRA e IBAMA, tomem medidas EFICIENTES E URGENTES que protejam o PDS Terra Nossa e seus moradores, e que responsabilizem os invasores por, novamente, causar danos catastróficos e irreversíveis aos assentados e a própria floresta amazônica. Também que realizem ações urgentes e eficientes contra novas iniciativas de incêndio da floresta e grilagem.

ASSINAM:

Articulação Agro é Fogo

Comissão Pastoral da Terra

Núcleo de Pesquisa e Extensão em Saberes e Práticas Agroecológicas (Neuza- UFNT)

Quilombo Cocalinho (MA)

Associação Xavante Warã

Fórum Popular da Natureza (FPN)

FAOR- Fórum da Amazônia Oriental 

Amazon Watch 

Movimento Xingu Vivo para Sempre

MAB- Movimentos dos Atingidos por Barragens  

Instituto Soma Brasil 

IZM-Instituto Zé Cláudio e Maria 

Rede de Agroecologia do Maranhão- Rama 

Comissão Pastoral dos Pescadores (CPP)

MATULA- UnB

CIMI-Conselho Indigenista Missionário 

Associação Defesa Direitos Humanos e Meio Ambiente na Amazônia

Comissão VERBITA JUSTIÇA, PAZ E INTEGRIDADE DA CRIAÇÃO

VIVAT INTERNACIONAL /BRASIL

Movimento Nacional de Direitos Humanos MNDH Brasil 

REPAM- Campanha a Vida por um Fio 

Mesa departamental por la defensa del agua y el territorio – Colômbia

Pastoral Rural da Diocese de Cruzeiro do Sul

Assessoria jurídica da Diocese de Cruzeiro do Sul 

CPT Acre

SDDH- Sociedade Paraense de defesa dos Direitos Humanos 

Instituto Amazônia Solidária (IAMAS)

Fundo Dema 

CEBs Regional Norte 2 

Os OBLATOS DE  MARIA IMACULADA.

Terra de Direitos 

HumMaparajuba Direitos Humanos na Amazônia

STTR Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Santarém

STTR Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Monte Alegre

STTR Sindicato dos Trabalhadores e d3Trabalhadoras Rurais de Alenquer CITA- Conselho Indígena Tapajós Arapiuns

CPT de Anapú 

Campanha de prevenção e combate ao trabalho escravo da CPT “De olho aberto para não virar escravo”

FASE Programa Amazônia

Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental – FMCJS 

Núcleo de Assessoria Júridica Universitária Popular – NAJUP Cabano 

Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de Santarém

Fórum de Direitos Humanos e da Terra – FDHT MT

Centro Burnier

Irmãs do Imaculado Coração de Maria – Província Guadalupe

Rede Brasileira de Justiça Ambiental – RBJA 

Centro de Promoção da Cidadania e Defesa dos Direitos Humanos Pe. Josimo.

Articulação de Mulheres Brasileiras

Fórum de Mulheres de Pernambuco

Fórum de Mulheres de Imperatriz 

Observatório dos Conflitos do Extremo Sul do Brasil

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