COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

Atividade, realizada em Rondônia, teve duração de dois dias e tratou de desafios políticos e sociais ao tratar temas sobre gênero e sexualidade

Texto e fotos: Mário Manzi - Assessoria de Comunicação da CPT Nacional

Realizado em Rondônia nos dias 9 e 10 de julho, o 1º Seminário Estadual da Diversidade Sexual e de Sexual da Via Campesina reuniu cerca de 50 pessoas LGBTI+ de diversos movimentos e organizações do estado e do país, em torno de uma programação que trouxe como eixos de discussão: Conjuntura Política Eleitoral; Conjuntura LGBTI no Brasil e em Rondônia; Patriarcado, Diversidade Sexual e Gênero. O evento também se constituiu como espaço de articulação, acolhida e escuta, como ferramentas de análise da atuação da Via Campesina no debate. Entre mesas, rodas de conversa e apresentações, as discussões levantaram quais são os desafios colocados para as pessoas LGBTI+ do campo das águas e das florestas.

No contexto amazônico, Seminário discute desafios da luta LGBTI no campo, nas águas e florestas

Representatividade

Dê Silva, do Coletivo LGBTI da Via Campesina Brasil, foi uma das mediadoras da mesa "Conjuntura LGBTI no Brasil e em Rondônia", realizada no sábado (9). Silva falou sobre os desafios históricos em ocupar e manter-se em ação no espaço político, defendendo demandas, como sujeitos políticos LGBTI+. Ela também expressou sobre a necessidade de desconstruir e desmistificar as diversas opressões e estigmas existentes no campo brasileiro. Karen Oliveira, da Comunidade Cidadã Livre (Comcil), discutiu sobre a importância da criação de redes onde a política possa fluir e do acolhimento da pessoa LGBTI+, bem como no espectro familiar, enquanto filho ou pai/mãe. Complementando a fala, Fabíola Ocampo, do grupo Mães pela Diversidade-Rondônia, contou sobre a história e as dificuldades que ela e a filha enfrentaram, e a relevância do acolhimento das famílias e entes na defesa das garantias das pessoas LGBIT+. Braian Palhano, do Levante Popular da Juventude (PJR), homem trans bissexual falou sobre o processo de transição e ressaltou os aspectos familiares e territoriais na sua aceitação. 

Coletivo LGBTI da Via Campesina-Rondônia Realiza 1º Seminário da Diversidade Sexual e de Gênero da Via Campesina

Jean Carlos Sena, da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (CONAQ) e professor quilombola da Comunidade de Pedras Negras (São Francisco do Guaporé-RO). discorreu sobre a dificuldade no acesso a informações e a resistência à pauta LGBTI+. Valter Passos, do Movimento Negro Unificado (SINTERO), fez uma exposição sobre a base conservadora nos sindicatos e a "dificuldade em conseguir visibilizar, propor e aplicar as pautas da comunidade LGBTI+". 

Noite Cultural

O primeiro dia do seminário foi concluído pela noite cultural, com apresentação das drag queens Renata Evans e Carol Maynne, e do grupo As de saias. As bandeiras dos movimentos representados no seminário se juntaram às bandeirolas do tema junino, com comidas típicas e interação do público.

Contra a LGBTIfobia, nenhum minuto de silêncio! Justiça por Severino, a Suzy, já!

Desafios

Renata Evans abriu a mística do dia seguinte e em seguida Cleverton Reikdal, Coordenador do curso de Direito da Faculdade Católica de Rondônia (FCR) falou sobre o processo de retificação do registro civil, condizente a sua identidade de gênero. Presente na mesma mesa, Rogério Teles, debateu sobre a importância da advocacia no sistema judiciário em busca de garantir direitos para a comunidade LGBTI+, das conquistas nesta área, estas em maioria referentes ao poder Judiciário brasileiro.

No momento seguinte, sob o tema "Debate e Estudo: Por que a Via Campesina precisa avançar na compreensão da diversidade" foram expostas três linhas políticas para direcionamento: Soberania alimentar; Reforma Agrária: Direito a terra e produção; construção de uma sociedade alternativa ao capitalismo, e a necessidade da organização das mulheres e uma luta pela autoafirmação.

Dentre esses direcionamentos, ressaltou-se que o Coletivo LGBTI da Via Campesina está engajado para que sejam incorporadas questões de igualdade de gênero e sexualidade junto à discussão de luta de classes.

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