Amanhã, 02 de abril, em Sapé, será realizado um Ato em memória da morte de João Pedro Teixeira, líder-fundador da primeira liga camponesa na Paraíba. O evento está sendo promovido pelo Memorial das Ligas e Lutas Camponesas, com o apoio de movimentos sociais, entidades e sindicatos.
(CPT Nordeste II)
João Pedro atuou como camponês e defensor do trabalho rural. Seu afinco em prol dos trabalhadores/as rurais, fizeram dele um herói da pátria, principalmente no Nordeste, onde costumava intervir. Após sua morte, sua esposa Elizabeth Teixeira encabeçou a sua luta e não se curvou às ameaças dos latifundiários e deu continuidade à luta por trabalho digno, reforma agrária e justiça no campo.
Em 2002, iniciou-se uma caminhada dos camponeses da cidade de Sapé até a região de Café do Vento, em Barra de Antas, fazendo memória ao trajeto que João Pedro realizou quando foi assassinado. Neste ano, os camponeses/as e agricultores/as da região agregaram as suas lutas, a comunidade tradicional de Barra de Antas, reconhecida desde 2017 pelo Ministério Público Federal (MPF), fazendo o Ato em memória à luta de João Pedro e contra a instalação de Barragem que o Governo do Estado planeja construir na região, retirando centenas de famílias da área.
Para Alane Lima, presidenta do Memorial das Ligas e Lutas Camponesas, “neste ano em que completamos 60 anos da morte de João Pedro Teixeira, é uma data muito emblemática, por que faz 60 anos que não acontece reforma agrária no nosso país.” E se acolhendo aos pensamentos de Elizabeth, a presidenta questiona: como a gente pode ficar bem se ainda existe muitos camponeses/as, muitas famílias que estão no campo, que não tem onde plantar? Então, esse é um ano de denúncia, mas também de anúncio da continuidade e unidade dos povos do campo.”
“Esse é um ano que precisamos nos unir para lutar contra quem nos oprime, lutar contra o agronegócio e contra as oligarquias fundiárias que ainda se mantem no campo e no poder e oprime o povo camponês”, frisou Alane.
Apesar da morte de João Pedro Teixeira ter sido a 60 anos, a casa onde ele viveu e sua família, foi tombada em 2012, no governo de Ricardo Coutinho.
Segundo o ex-governador, o imóvel possui um grande significado cultural, já que pertencia a um dos maiores líderes da Revolução Camponesa do estado e no país.
O ato será no sábado, às 14h, saindo em caminhada da comunidade tradicional de Barra de Antas, até o Memorial das Ligas e Lutas Camponesas, culminando em apresentações culturais de artistas populares e a participação de movimentos sociais, como MST, CPT, FETAG, e também de parlamentares e partidos que defendem a causa.