Na área do pré-assentamento, localizado na Fazenda Araúna, município de Novo Mundo (MT), vivem mais de 300 pessoas. A decisão do Tribunal de Justiça do Mato Grosso, em favor do grileiro, é questionada por organizações e movimentos sociais por pertencer à União. Na decisão o desembargador responsável pelo processo cita o MST ao alegar que “é fato notório a truculência costumeiramente empreendida pelos integrantes do MST”, revelando a predisposição em criminalizar a luta pela terra feita pelo movimento social.
Leia a nota na íntegra:
NOTA DE APOIO AS FAMÍLIAS DO PRÉ ASSENTAMENTO BOA ESPERANÇA E A CPT
Mais uma vez, o Tribunal da (IN)Justiça de MT, cumpre seu histórico papel de defender grileiros, utilizando-se de preconceito e a discriminação e, com sua visão “tapada,” não encontra documentos no processo.
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra MST/MT declara seu total apoio e solidariedade às famílias do Pré-Assentamento Boa Esperança (Novo Mundo/MT) e a CPT que contribuem no processo de organização das famílias, e manifesta sua indignação com a decisão do Tribunal de (IN)Justiça de Mato Grosso-TJ/MT, autorizando o revigoramento de uma liminar de despejo de 100 famílias da Fazenda Araúna em Novo Mundo MT. Na decisão de revigoramento do despejo, o sistema de In-justiça de MT, imbuído “pelos anjos proprietários” utilizando de preconceito e discriminação diz “...também, é fato notório a truculência costumeiramente empreendida pelos integrantes do MST...” (processo 1010694-33). A In-Justiça de MT está utilizando da sua “ignorância de má-fé”, pois “finge” não saber que não é o MST que está na organização das famílias, mas é a nossa grande mãe irmã amiga CPT (Comissão Pastoral da Terra) que acompanha pastoralmente o grupo. Segundo, a decisão EQUIVOCADA diz que o MST é truculento, violento. Este discurso ideológico transfigurado em medida de liminar em processos judiciais é parte da moda FASCISTA desde o Golpe de 2016, e que vários Tribunais têm assumido para manter os seus privilégios e do sistema escravocrata, empresários grileiros do agronegócio. A In-Justiça de MT poderia nos dizer quantos escravocratas empresários grileiros do agronegócio foram assassinados em MT nos últimos 30 anos? Também poderia nos dizer quantos sem-terra, posseiros, indígenas, quilombolas, ribeirinhos foram assassinados/as em sua luta pela sobrevivência em suas terras? Assim, por estes números, teríamos mais condições de dizer quem se utiliza da “truculência costumeira empreendida” em MT.
Por fim, reafirmamos perante a sociedade mato-grossense, o nosso compromisso com a luta histórica em defesa da vida, em defesa de um país democrático e soberano, em defesa de um Sistema de Justiça REAL pautado em valores humanos e não em valores comerciais. Reafirmamos a luta em defesa da Reforma Agrária Popular e em defesa de todos (as) os nossos (as) irmãos(ãs) e parentes que vivem no campo, nas águas e florestas. Reafirmamos o nosso compromisso em continuarmos produzindo alimentos saudáveis para todo o povo brasileiro.
Desejamos que as famílias do Pré-Assentamento Boa Esperança e a CPT sejam avinhadas pelo espírito do amor e que se fortaleçam ainda mais na luta pela terra e em defesa da vida.
Direção Estadual do MST MT
Cuiabá- MT, 20 de julho de 2020.
LUTAR, CONSTRUIR REFORMA AGRÁRIA POPULAR!