Grupo quer contar a história de resistência de povo indígena no Mato Grosso. A produtora audiovisual ESSÁ Filmes, o Núcleo de Agroecologia e Educação do Campo - GWATÁ da Universidade Estadual de Goiás (UEG), a Comissão Dominicana de Justiça e Paz do Brasil e o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), estão produzindo desde 2017 um longa-metragem sobre a história dos Rikbaktsa. A previsão é que o filme seja lançado em 2021.
(UFG)
Em conjunto com os Rikbaktsa, um grupo quer contar a história de resistência desse povo. Formado pela produtora audiovisual ESSÁ Filmes, pelo Núcleo de Agroecologia e Educação do Campo - GWATÁ da Universidade Estadual de Goiás (UEG), pela Comissão Dominicana de Justiça e Paz do Brasil e pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI), o grupo está produzindo desde 2017 um longa-metragem sobre a história dos Rikbaktsa– com previsão de lançamento em 2021.
Compõe também a equipe a pesquisadora Jaqueline Vilas Boas Talga, cientista social professora do curso de Administração da Regional Goiás da Universidade Federal de Goiás (UFG). Segundo Jaqueline, a ideia é dar visibilidade à luta de um povo. "São muitos os crimes cometidos no passado e no presente contra os movimentos, os camponeses, os povos originários, contra instituições, grupos e pessoas que resistem e lutam por um mundo mais justo. Mais que um produto final, fazer parte da equipe de produção do longa-metragem significa muito mais aprender junto aos primeiros brasileiros, junto àqueles e àquelas que vivem em sintonia com o território, contribuem para a manutenção da vida de todos nós", afirma a pesquisadora.
Os Rikbaktsa são, segundo informações do Museu do Índio, um povo que vive em aldeias às margens dos rios Juruena, Sangue e Arinos, no Mato Grosso. De acordo com Vilas Boas, o povo Rikbaktsa somava quase 30 mil pessoas. Hoje são cerca de 3 mil pessoas, vivendo em três territórios que foram retomados no Mato Grosso.
Filme-manifesto
Num manifesto construído pelo grupo, afirma-se que o filme pretende contribuir para a luta contra o "genocídio dos povos indígenas" e também pela soberania dos seus territórios.
"Na atualidade o genocídio é promovido pelo Estado brasileiro, sobre interesses do agronegócio, da mineração, das hidrelétricas, dos bancos, das multinacionais e, principalmente, de grupos religiosos voltados para a comercialização das riquezas dos territórios indígenas", conclui o documento assinado no Território Rikbaktsa por Jaqueline Vilas Boas, Dagmar Talga e Frei Carlinhos.