Eram 09h00 da manhã quando diversas etnias indígenas se concentravam no Centro de Porto Velho, em Rondônia. Em meio a um centro movimentado, os indígenas intercalavam falas fortes, cantorias e rituais, e chamavam a população local a se somar com a luta indígena.
Texto e fotos: Elvis Marques - Setor de Comunicação da Secretaria Nacional da CPT
"Em cada um de vocês que estão aí no ponto de ônibus corre sangue indígena”, argumentavam, no carro de som, lideranças dos povos indígenas.
A ação em Porto Velho ocorre em consonância com o Acampamento Terra Livre (ATL), que é realizado em Brasília.
Antes do Canto das Indígenas Guerreiras, Yapi Oro Mon, de Guajará-Mirim, manifestou: “Quando o índio continua na floresta é visto como atrasado, quando temos tecnologia somos civilizados e não mais índios. Mas eu pergunto o que é ser civilizado? São 519 anos de luta e resistência dos povos indígenas no Brasil”.
“Somos parceiros de luta e temos de unir forças. Pois se hoje temos reservas e florestas em Rondônia é graças aos povos indígenas. A nossa luta não pode parar em nenhum momento. E nós dos movimentos sociais e das pastorais temos de estar juntos e de mãos unidas para lutar e vencer”, destacou Roberto de Barros Ossak, agente da Comissão Pastoral da Terra (CPT) em Rondônia.
O jovem Lucas Mura destacou: “Eu quero dizer que a juventude também faz a luta indígena. Nossos ancestrais morreram derramando seu sangue no solo para que nós, jovens, continuássemos essa luta”.