COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

Diversos trabalhadores rurais iniciaram, na manhã desta quarta-feira (1º), um ato unificado exigindo a desapropriação das áreas da massa falida do Grupo João Lyra, em Alagoas. O ex-deputado teve sua falência decretada há 7 anos, devendo cerca de R$ 2,1 bilhões.

 

(Por Gustavo Marinho, da Página do MST)

Os Sem Terra se concentram na Praça dos Martírios, e seguem em marcha pelo Centro da Cidade de Maceió, onde questionam a dívida do grupo liderado pelo empresário e ex-deputado federal João Lyra (PSD).

O ex-deputado teve sua falência decretada há 7 anos, devendo cerca de R$ 2,1 bilhões a credores, governo federal e estadual e a ex-funcionários.

Além do MST, o Movimento de Luta pela Terra (MLT), Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL), MUPT, Movimento Via do Trabalho (MVT) e Terra Livre participam da mobilização.

Os trabalhadores exigem que as áreas do grupo sejam destinadas para a criação de assentamentos às famílias acampadas no estado.

O empresário, que já foi considerado um dos deputados federais mais ricos do país, comandava um conjunto de cinco usinas de cana-de-açúcar em Alagoas e Minas Gerais. Atualmente, João Lyra conta com 276 ações judiciais, a maior parte como ação trabalhista.

Luta unificada

Cerca de 5 mil famílias estão acampadas nas áreas das usinas Guaxuma, Uruba e Laginha. “Unificamos nossas bandeiras para mais uma vez apontar a Reforma Agrária como alternativa de vida digna para quem vive no campo e na cidade”, disse José Roberto, do MST.

“Exigimos aqui, além do assentamento dessas famílias acampadas nas usinas, o pagamento das dívidas trabalhistas aos antigos funcionários da usina e o imediato ressarcimento das dívidas aos cofres públicos”, comentou José Roberto.

Além da dívida financeira, os trabalhadores rurais destacam a dívida ambiental, com anos de degradação com a monocultura da cana-de-açúcar.

Rafael Simão, do MTL, destacou que a desapropriação dessas terras resolveria parte do problema da Reforma Agrária no estado.

“Essa é uma importante ação política coletiva para a conquista destas terras, para produzir alimentos saudáveis e proporcionar uma vida digna para homens e mulheres”, destacou Simão.

 

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