Neste momento mais de 1.500 trabalhadores sem terra que acampam nos engenhos da Usina Maravilha em Pernambuco e na Paraíba, bloqueiam a BR 101 próximo a fábrica da Hemobras, entre os municípios de Goiana em Pernambuco Caporã na Paraíba.
(MST)
Duas questões centrais motivaram a manifestação de hoje:
A primeira para cobrar do governo de Pernambuco que puna os policiais militares que estavam trabalhando como pistoleiros, para a usina na Paraíba. No ultimo sábado uma milícia armada tentou invadir o acampamento Wanderley Caixe, localizado no município de Caaporã, Litoral Sul da Paraíba, a cerca de 19km de Goiana, região que fica no Litoral Norte de Pernambuco, três policiais à paisana, foram até o acampamento intimidar os trabalhadores e a procura de lideranças do MST da Paraíba. Certamente não foi para conversar!
Os três pistoleiros foram detidos e, que, segundo os assentados portavam armas de fogo. Após algumas horas, com a chegada da Polícia Rodoviária Federal, os policiais foram liberados e conduzidos ao Grupo de Operações Especiais (GOE) de João Pessoa, para serem interrogados. No entanto segundo as informações foram liberados.
Não é a primeira vez que denunciamos a participação de policiais militares de Pernambuco em milícias armadas. O caso mais explícito foi o de José da Costa Lima “Sargento Lima” da Polícia militar de Pernambuco, que já foi denunciado pelos trabalhadores, bem como por outras entidades à corregedoria da polícia militar e até mesmo à ONU – Organização das Nações Unidas, mas até agora nada foi feito pelo Estado no sentido de punir essas agressões. Todavia, foi inocentado. Segundo a corregedoria, por falta de provas.
Neste caso da Paraíba denunciamos os três militares com nome e documentos e esperamos que sejam punidos, pois a impunidade é que motivam a violência contra o povo.
A segunda questão diz respeito a desapropriação das Usinas maravilha e Cruangi que tem terras no estado da Paraíba e Pernambuco. Desde 2012 estamos tentando uma reunião em conjunto com os INCRAs da Paraíba e Pernambuco e os Governos dos dois estados. E a cada semana dizem que vão articular uma agenda.
Na ultima semana, o presidente do INCRA esteve em Pernambuco, se comprometeu em ver a possibilidade, mas há uma necessidade de um compromisso mais firme entre os INCRAs e os governos dos dois estados para viabilizar a desapropriação das duas usinas, que juntos podem beneficiar mais de 2 mil famílias Sem terras nos dois estados. Portanto, cobramos uma atitude mais enérgica dos governos dos dois estados para garantir a desapropriações das terras.