COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

Seminários, panfletagens, debates e exibições de filmes sobre a temática estão entre as ações realizadas por diversas regiões do País 

Atividade em Araguaína (TO)

Na ocasião do Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, instituído no dia 28 de janeiro em memória da Chacina de Unaí, quando auditores fiscais sofreram uma emboscada e foram assassinados, regionais da Comissão Pastoral da Terra (CPT) promovem eventos e ações para a Semana Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, entre os dias 27 de janeiro e 02 de fevereiro. 

A partir destas iniciativas, os agentes pastorais e voluntários da CPT buscam alertar sobre a persistência deste crime no Brasil e conscientizar a população para ficar de olho aberto contra esse crime. 

Ceará

Na segunda-feira (27), em Fortaleza, a CPT Ceará deu início às programações com o seminário “Trabalho Escravo Contemporâneo: Desafios e Perspectivas para a sua Erradicação nos 30 anos do Grupo Móvel". O evento contou com a parceria da Comissão Estadual de Erradicação do Trabalho Escravo (Coetrae), o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Secretaria dos Direitos Humanos do Estado do Ceará (SEDIH). 

O Frei Xavier Plassat, agente da CPT Araguaia-Tocantins e membro da coordenação da campanha da CPT “De olho aberto para não virar escravo”, esteve presente no seminário, ao lado de Maurício Krepsky e Sérgio Carvalho, auditores fiscais do trabalho, e a Dra. Christiane Nogueira, procuradora do Ministério Público do Trabalho (MPT).   

“Juntos, refletimos sobre os desafios e perspectivas para erradicar o trabalho escravo em nosso estado e país, como também os avanços realizados pela CPT, com a Campanha de Olho Aberto para Não Virar Escravo, e Rede Móvel”, explicou Francisco Silva, coordenador da regional cearense. 

No dia 28, a equipe da CPT-CE no município de Sobral, realizou a roda de conversa "30 anos do combate ao trabalho escravo contemporâneo no Brasil - Lições e perspectivas”, no Auditório da OAB-Sobral. O evento fez parte contou com o apoio da OAB Sobral - Comissões da Igualdade Racial e Direitos Humanos.

O momento contou com participação do Frei Xavier Plassat, Igor Barreto de Menezes Pereira, defensor público do Estado do Ceará e membro da Rede um Grito pela Vida Núcleo SIT/Sobral, e também de trabalhadores resgatados dos municípios de Pacujá e Jijoca.

O público presente incluía agentes da CPT, CEBs, Cáritas, pastorais sociais, membros das comissões da igualdade racial, direitos humanos, professores, membros da RGPV e estudantes.

Na quarta-feira, a regional realizou uma roda de conversa na Comunidade Quilombola de Batoque, no município de Pacujá. O momento contou com a presença de jovens da Escola Camponesa de Juventude e também de lideranças locais. 

As atividades continuam até o dia 30 de janeiro, com incidências em rádios e programas de televisão. A equipe de agentes do regional cearense vai conceder entrevistas sobre a temática do trabalho escravo nas Rádios de Sobral (CE).

Tocantins

Na manhã de terça-feira (28), a CPT Tocantins realizou uma Blitz Educativa no posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) do município de Araguaína (TO), em parceria com o Núcleo de agroecologia da Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT) e a Casa da Capoeira. 

“Estamos aqui, mais uma vez, distribuindo panfletos para conscientizar a população sobre o trabalho escravo. Muita gente no nosso Brasil, no nosso Tocantins é submetida a trabalhos análogos à escravidão”, declarou Lucivaldo Pereira, liderança da articulação camponesa. O regional ainda seguiu com a panfletagem na Rodoviária do município na quarta-feira (29).

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“Foi uma satisfação enorme, para nós, da área de Direitos Humanos da Polícia Rodoviária Federal, ter participado desta ação juntamente com a Pastoral da Terra. A PRF, órgão do Governo Federal, combate de maneira eficaz o trabalho escravo, podem contar conosco nestas ações”, afirmou o policial rodoviário do escritório de Direitos Humanos da PRF no estado do Tocantins, Marcos Gomes.

As atividades do regional tocantinense seguem até o sábado (01), com formações e distribuição de panfletos no Mercado Municipal de Araguaína, em parceria com a Casa de Capoeira. No dia 11 de fevereiro, a equipe da CPT no estado conduzirá uma caminhada contra o trabalho escravo no município de Muricilândia (TO).

Pará

Ainda no último dia 27, a equipe da CPT Pará, juntamente com estudantes do Centro Acadêmico de História da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), realizou panfletagem e distribuição de materiais educativos sobre trabalho escravo no Terminal Rodoviário do município de Xinguara (PA). Os agentes pastorais e estudantes também realizaram ações em estabelecimentos comerciais nos arredores da rodoviária. 

“Apesar de ser um tema pouco falado, as pessoas têm uma consciência, mesmo que silenciosa, sobre as violações que ocorrem aqui. Então, ficou óbvio para mim que as pessoas tinham essa disposição em se informar melhor. Foi gratificante”, relatou Eric Luciano Goltara, estudante do curso de história da Unifesspa, à CPT.

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No dia 30, Marabá recebeu o seminário “Combate ao Trabalho Escravo nas regiões Sul e Sudeste do Pará”, realizado na Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa). Organizado pelo MPT, Unifesspa, CPT-PA, OAB, Sódireitos, Clínica de Combate ao Trabalho Escravo da UFPA (CCTE) e TRT - 8° Região, o seminário contou fala da agente da CPT Thaiane Sousa, onde foi apresentada a estratégia Raice desenvolvida no município de Itupiranga (PA). A Rede de Ação Integrada para Combater a Escravidão (Raice) é um projeto desenvolvido pela Pastoral que busca articular sociedade civil, órgãos públicos e comunidades no combate ao ciclo do trabalho escravo. 

As ações continuam até a próxima sexta-feira (31), com seminários, entrevistas, distribuição de materiais, exibição de filmes e panfletagem.  

Minas Gerais

A CPT regional Minas Gerais, em parceria com a Cáritas Brasileira-MG e outras organizações e movimentos sociais, participou da transmissão “Trabalho Escravo Hoje: Relatos e Reflexões para o Combate”, no último dia 28. O momento contou com os depoimentos e histórias de trabalhadores e trabalhadoras resgatados, além de informações sobre a identificação e denúncia dos casos de exploração. 

O Momento também contou com o depoimento de Madalena Gordiano, trabalhadora resgatada em 2020 no município mineiro de Patos de Minas, após passar 38 anos em condição análogas à escravidão em uma residência. 

“É importante fazer a discussão dessa questão do trabalho escravo no Brasil, uma vez que os números só aumentam, e é importante salientar – no nosso caso de Minas Gerais – que, durante 10 anos, entre 2013 e 2023, nós fomos o estado onde houve maior número de resgates e fiscalização de trabalho escravo”, ressaltou Waldeci Campos, coordenador da CPT-MG. 

Amazonas

No estado do Amazonas, a CPT também participou de ações de conscientização e defesa das vítimas de trabalho escravo, por meio da distribuição de materiais informativos, no Santuário Nossa Senhora Aparecida, em Manaus (AM), na terça-feira. A iniciativa foi conduzida em parceria com a rede Um Grito pela Vida – da qual a Irmã Michele da Silva, que esteve presente, é articuladora –, a Arquidiocese de Manaus, a Equipe Itinerante, o Pároco José Amarildo e o Padre Geraldo Bendaham.

No mesmo dia, Osvaldina Pinheiro, da CPT Amazonas, concedeu uma entrevista à Rádio Rio Mar, no programa Arquidiocese em Notícias, a respeito da negligência com a questão do trabalho escravo no estado. “É preciso ter essa ‘Rede’ para acompanhar o trabalho escravo porque ele existe, só que, às vezes, não se percebe por falta de conhecimento”, declara Osvaldina em entrevista.

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Bahia

Em Salvador, a população pôde acompanhar a Caminhada do Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, manifestação realizada na manhã do dia 28. Com concentração ao lado da Igreja da Vitória e seguindo rumo à Praça do Campo Grande, a atividade foi organizada pela Comissão Estadual para Erradicação do Trabalho Escravo da Bahia (Coetrae-BA). 

A manifestação reuniu cerca de 200 pessoas ligadas aos órgãos públicos e sindicais afeitos e às entidades da sociedade civil representadas na Coetrae-BA, da qual a CPT-BA faz parte.

“É a primeira vez que algo do tipo, com este tema do trabalho escravo contemporâneo, acontece em Salvador. O que não deixa de ser sintomático: o recrudescimento da atividade criminosa. O roteiro seguido não é usual deste tipo de manifestação popular de rua, em Salvador, concentrar-se no Largo da Vitória e percorrer o Corredor da Vitória até o mais central Campo Grande – o objetivo, creio eu, era que o grito “Não ao Trabalho Escravo” ressoasse num bairro rico da cidade”, explica Ruben Siqueira, agente da CPT na Bahia. 

 

Na luta pela conscientização

Ao longo da semana, outras regionais também levam o debate sobre o trabalho escravo para o público de suas regiões. A regional Mato Grosso, irá realizar a exibição do filme “Pureza” no barracão da Igreja Católica, no município de Porto Alegre do Norte (MT).

No Mato Grosso do Sul, será realizado das 14h às 17h, no dia 31/01, o Seminário “Combate ao Trabalho Escravo no MS: Histórico, Desafios e Perspectivas”, em Campo Grande (MS). A atividade, que ocorrerá no Auditório do Ministério Público do Trabalho (MPT), é uma iniciativa da Coetrae/MS, juntamente com a CPT-MS e o Conselho Indigenista Missionário (Cimi). Nos dias 01 e 02 de fevereiro, a CPT MS promove ainda a exibição do filme "Pureza” com oficinas e debate nos municípios de Corumbá – na Comunidade Santo Antônio do Assentamento Taquaral – e Três Lagoas – na ocupação urbana São João.







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