Da Rede de Agroecologia do Maranhão (Rama)
Edição: Carlos Henrique Silva (Comunicação CPT Nacional)
Estudos mostram como glifosato pode causar inflamação cerebral ligada a doenças neurodegenerativas.
Foto: Leonid Eremeychuk/PantherMedia/imago-images/DW
Após 11 anos em vigor, uma liminar que proibia o uso de glifosato por pulverização aérea foi derrubada, permitindo novamente que esse veneno se espalhe pelos céus do Maranhão. A Justiça Federal do Maranhão considerou improcedente a ação do Ministério Público Federal (MPF), que proibia a aplicação aérea de glifosato no estado desde 2013. A decisão, assinada pelo juiz federal Paulo César Moy Anaisse, concluiu que não há evidências de dano ambiental ou risco iminente causados pelo uso do herbicida por aeronaves ou equipamentos terrestres. Essa decisão traz graves riscos à saúde pública e ao meio ambiente, afetando principalmente as comunidades rurais.
O glifosato é classificado pela Organização Mundial da Saúde como “provavelmente cancerígeno para humanos”. Esse agrotóxico afeta o microbiota intestinal das abelhas, aumentando sua mortalidade e ameaçando a polinização, essencial na produção de alimentos. A contaminação da água e do solo pode levar à morte de animais aquáticos e comprometer a saúde de quem depende dessas fontes para viver.
Produzida na década de 1970 para matar ervas daninhas, a substância acabava bloqueando a capacidade da planta de absorver nutrientes, e também destruía as plantas que se queria cultivar. Em 2000, quando as sementes transgênicas de soja, milho e algodão da Monsanto já haviam chegado ao Brasil e a patente da multinacional sobre o glifosato perdeu a validade, o produto foi incorporado por diversas empresas nacionais em outras composições. Atualmente, mais de 100 agrotóxicos têm o glifosato em sua composição.
Na Áustria, Alemanha e França, o glifosato já foi banido ou teve seu uso drasticamente reduzido devido a estudos científicos que comprovam seus impactos devastadores.
A decisão judicial expõe ainda mais nossas comunidades aos danos do agronegócio, priorizando lucros em detrimento da vida, além de contaminar o alimento que vem para as nossas mesas. É urgente pressionarmos por políticas públicas que proíbam o uso de agrotóxicos como o glifosato e promovam práticas agroecológicas e sustentáveis.
Queremos Territórios Livres de Veneno!!!
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