COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

Situação das queimadas no Forte Príncipe da Beira, no município de Costa Marques, na noite desta quarta-feira (18)

Por Josep Iborra Plans (CPT Rondônia),
com edição da Comunicação CPT Nacional

Diante da caótica realidade dos incêndios florestais em Rondônia, que fez até o Governo Federal reconhecer situação de emergência em metade dos 52 municípios do estado (26), as comunidades atingidas têm promovido diversas campanhas de solidariedade para apoiar as famílias agricultoras atingidas. 

No dia 08 de setembro, foi iniciada uma campanha solidária em favor de uma família de pequenos agricultores do Projeto de Assentamento Flor da Serra, em Vilhena, que perdeu a casa após uma queimada devastar o seu sítio.

Já no dia 09 de setembro, uma queimada de grandes proporções atingiu as matas e roças das comunidades quilombolas de Santa Fé e do Forte Príncipe da Beira, no município de Costa Marques. Roças, florestas e casas de pequenos agricultores das comunidades também foram atingidas pelo fogo, que estava devastando a mata na beira da estrada RO 478, que liga a comunidade à sede do município.

Apenas dentro do território da comunidade, disputado com a área militar, ainda resta sombra e floresta, e nesta região o fogo começou após um longo período de extrema seca, no dia 11 de setembro de 2024. 

Outro incêndio na noite do sábado (14) acabou tomando grandes proporções, com a chegada da frente fria com ventos do sul, e o fogo aumentou atingindo também as roças e a casa do sítio onde mora Elaine, quilombola da comunidade. Segundo ela, a suspeita foi o vento seco ter espalhado fogo do fogão a lenha usado para cozinhar:

Então, R. foi tudo que eu tinha na minha casa que queimou tudo, né, lá no sítio, queimou tudo, documento, roupa, material escolar das crianças, tudo, alimentação, sabe? Então, foi porque a gente cozinha na lenha, né? E acho que ventou tudo, né? E queimou! Não tinha mais como apagar, fogão de lenha. 

Uma campanha de solidariedade foi iniciada no domingo (15), na comunidade e região. 

Muitas outras comunidades tradicionais foram atingidas pelas queimadas em Rondônia. Como a Reserva Extrativista de Jaci-Paranã, em Porto Velho. Vídeos e imagens das queimadas que chegaram nas proximidades de alguns extrativistas foram divulgadas na internet na sexta-feira (13).

Os maiores focos de incêndio florestal atingiam também áreas de preservação, como as áreas de reserva Soldado da Borracha, nos municípios de Cujubim e Porto Velho, e o Parque Estadual de Guajará-Mirim, localizado nos municípios de Nova Mamoré e Guajará-Mirim. Assim como a região Jaquirana, no entono da Floresta Nacional (Flona) Jacundá. Em chamas há dois meses, se calcula que o Parque Estadual de Guajará-Mirim já pode ter perdido um terço de suas florestas pela ação de grileiros, e agora, após a desintrusão dos invasores, por incêndios supostamente criminosos.

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