COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

Evento virtual também marca os dois anos da CCVC, com apresentação do segundo vídeo institucional da iniciativa

Por Rafaela Ferreira | Comunicação da Campanha contra Violência no Campo

A Campanha contra a Violência no Campo (CCVC) realizou, nesta segunda-feira (16), uma plenária nacional para discutir sobre as ações, enraizamento e organicidade da iniciativa. Na ocasião, também foi abordado o tema das eleições municipais de 2024 e a violência no campo que atinge os povos e comunidades tradicionais do Brasil.

No primeiro momento, foi exibido segundo vídeo institucional da Campanha, feito em celebração aos dois anos da iniciativa. Segundo Letícia Chimini, da coordenação da CCVC e membro do Movimento dos Pequenos(as) Agricultores(as) (MPA), o filme mostrar sobre o que vem acontecendo na luta dos povos das águas, florestas e campo.

O vídeo foi lançado durante o seminário dos povos contra a violência, evento realizado, em Brasília, entre 20 e 2 de agosto, e que denunciou mais uma vez as diversas violações de direitos e exigiu do Estado medidas urgente e efetivas. Um dos objetivos do vídeo, para além da divulgar a realidade da violência, é também ser uma ferramenta para articular ações nos territórios.

Dentre as organizações, estiveram presentes: a Comissão Pastoral (CPT) Nacional e as regionais de Goiás, Minas Gerais e Maranhão; Movimento dos(as) Pequenos (as) Agricultores(as) (MPA); Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e a Comissão Episcopal para a Ação Sociotransformadora (Cepast).

Também marcaram presença a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Rede Cerrado, Centro de Cultura Negra do Maranhão; Associação Brasileira de Juristas pela Democracia Nacional (ABJD); Movimento de Mulheres do Campo e da Cidade (MMCC) e a Sociedade Maranhense. 

Eleições municipais

Durante a plenária, foi apresentada um documento elaborado pela Campanha contra a Violência no Campo e Campanha “A Vida por um Fio”. As duas campanhas elaboraram uma “Carta aos candidatos e candidatas nas eleições de 2024” para que as pessoas concorrendo ao pleito assumam o compromisso de combate à violência no campo e em defesa da vida em primeiro lugar em seu município

A carta apresenta dados da violência no campo do ano de 2023, que apontam números de conflitos atribuídos aos conflitos por terra, trabalho e outros tipos de violência que afetam os povos. O documento, que pode ser assinado por qualquer candidato ou candidata às eleições de 2024, propõe aos futuros representantes do legislativo e executivo municipais implementem leis, programas fiscalização e proporcionem a construção de redes proteção para defensores/as dos direitos humanos, articulando com as esferas do Estado. 

“Nós fizemos uma carta direcionada aos candidatos e candidatos muito mais com a intenção de provocar o debate, do que, necessariamente, apresentar grandes propostas e projetos de lei para os municípios. Fizemos a divulgação nas redes sociais dessa inciativa e queremos provocar nossas lideranças para fazer chegar essa carta nas candidaturas”, destaca Alonso dos Santos, também da coordenação da Campanha e assessor da Contag.

Sobre as eleições, Frei Gilvander Moreira da Comissão Pastoral da Terra (CPT), regional Minas Gerais, destacou que acredita que a energia dos movimentos sociais deve ser na luta maior para construir uma Política. “Eu, como mineiro, estou bastante desconfiado dos limites e contradições da democracia formal representativa burguesa que ainda está sobrevivendo no Brasil [...]. Na prática - 90% da situação - o povo brasileiro, militância e povos sociais, paramos de lutar um em cada quatro anos, com campanha eleitoral, fazendo as campanhas. Cria-se aquela ilusão de fazer reforma política”, diz afirmando que é preciso mudar essa realidade.

Violência contra os povos indígenas 

Todo mês a Campanha contra a Violência no Campo congrega as ações de enfrentamento e denúncias de conflitos no campo que ocorrem em um documento, sendo o Boletim Mensal da Campanha. Os boletins sintetizam as mobilizações da Campanha e das organizações que aderiram à iniciativa. Além disso, também expõe as ocorrências que vieram a público nos últimos meses. 

Desde julho, grande parte das denúncias e ocorrências que foram apresentadas nas redes sociais envolvem povos e comunidades indígenas. As denúncias contra povos indígenas representam 60% das denúncias em agosto deste ano no Boletim da Campanha.

Encaminhamentos

Durante a plenária, também foi apresentado as atividades realizadas a partir do planejamento desde agosto de 2023 até julho de 2024. Considerando o segundo ano da Campanha, a principal preocupação em agosto de 2023 foi com o enraizamento. 

“O grande desafio dessa Campanha é estar próximo dos territórios, esse sempre foi o grande desafio dela”, diz Carlos Lima, coordenador nacional da CPT. “A gente pensa em oxigenar no que podemos fazer para que a Campanha continue realizando seu papel. A CCVC reúne as organizações e tira a força de perseguição das pastorais. Essa totalidade nos garante um pouco de segurança”, destaca também.

Como um dos encaminhamentos apresentados, foi destacado a realização de uma plenária presencial ainda esse ano, nos dias 27 a 29 de novembro, para discutir a organicidade da Campanha, como coordenação, grupos de trabalhos (GTs) e eixos. Além de aprofundar sobre o enraizamento da CCVC.

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