Por CPT Alagoas
Foto: Amanda Costa
O posseiro Maurício Silva Monte, presidente da associação da comunidade Padre Tiago, antigo engenho Una, na cidade de Moreno/PE, relatou à Comissão Pastoral da Terra (CPT) que está com medo de ser assassinado. Conforme relatado, no último domingo, 12 de maio, dois homens encapuzados abordaram agricultores que trabalhavam nas proximidades de seu sítio e perguntaram sobre o seu paradeiro. Os agricultores responderam que não tinham informações sobre o local em que ele se encontrava.
Maurício Silva é uma liderança nascida e criada na comunidade, casado e pai de uma filha. Sua mãe, de 80 anos, é uma das moradoras mais antigas da comunidade. O Engenho Una é formado por mais de 40 famílias posseiras que enfrentam um conflito fundiário e lutam pelo direito à permanência no local onde vivem há gerações. Na comunidade, há agricultores e agricultoras já acompanhados pelo Programa Estadual de Proteção a Defensores e Defensoras de Direitos Humanos (PEPDDH/PE).
Desde dezembro de 2011, a situação de conflito no local é conhecida pelos órgãos governamentais. Foi naquele ano que, com o apoio da CPT, as famílias passaram a reivindicar do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) a desapropriação do imóvel improdutivo pertencente à falida Usina Bulhões para fins de Reforma Agrária. Mesmo após 13 anos, o direito à permanência na terra ainda não foi efetivado.
A comunidade e a CPT estão unidas em apoio ao agricultor, buscando junto às autoridades competentes as medidas indispensáveis para garantir segurança e proteção à sua vida e à sua família, bem como investigar qual a origem dessa ameaça e seus responsáveis.