Por Lara Tapety | CPT-AL
Fotos: Lara Tapety
Na semana passada, nos dias 18 e 19, aconteceu o segundo Encontro de Mulheres Camponesas da Comissão Pastoral da Terra (CPT) de Alagoas deste ano de 2023. A atividade deu sequência aos debates iniciados em agosto, no encontro com o tema “Mulheres camponesas: empoderamento, ternura e lutas”.
A autonomia da mulher camponesa na geração de renda foi o assunto do primeiro dia do evento. Para aprender sobre isso, as participantes contaram com Maria Freitas, agente pastoral da equipe CPT na Mata Norte de Pernambuco. Ela falou brevemente seu histórico de vida e de trabalho, desde a produção de sua família no campo à experiência na associação de produtores agroecológicos e sua atuação enquanto agente pastoral.
“O objetivo foi mostrar para as mulheres que elas têm condições de ter renda a partir de seus quintais produtivos, apresentando as experiências que a gente tem em Pernambuco dentro da associação de produtores agroecológicos e também das famílias acompanhadas pela CPT, podendo fazer o beneficiamento a partir de matérias primas como a macaxeira, o jerimum, a batata doce e a banana; podendo criar novos produtos e ter a valorização e o preço justo, garantindo a geração de renda para as famílias e a autonomia das mulheres”, explicou Maria.
Já no segundo dia houve trabalhos em grupo e a explanação sobre empoderamento feminino e camponês. Michele Silva, agente pastoral da equipe da CPT Pajeú (PE), abordou o assunto a partir de perguntas e as participantes responderam expondo suas opiniões e situações. As camponesas relataram vivências de empoderamentos e libertações, como a força para cuidar de três filhos ou mais e a superação de relacionamentos violentos.
Na opinião de Michele, as mulheres demonstraram muita força. Para ela, formações como essa contribuem para que as camponesas desenvolvam mais suas falas. “A gente sente que elas ainda têm um pouco de vergonha e dizem que não sabem falar”, disse.
A avaliação da agente pastoral é que a CPT está no caminho certo para fortalecer e empoderar cada uma das participantes dos encontros.
“A reflexão que vamos levar é que a mulher camponesa precisa de ter voz e tem o direito de continuar vivendo e lutando. A vida de uma camponesa é difícil e são nesses momentos formações que elas conseguem se colocar e se libertar daquela dor que está lá no fundo. Foi um momento muito de aprendizado, de fortalecimento, de conquistas e empoderamento feminino”, concluiu Michele.