COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

Por Rafael Barra e Márcia Palhano | CPT-MA

Fotos: Renata Alves Fortes

Entre os dias 20 e 22 de outubro, a Comissão Pastoral da Terra Sub-regional Sul – Regional Maranhão, realizou o I Encontro de Articulação das Lutas e Resistência dos Territórios e Comunidades da Região Leste e Cocais do Maranhão ameaçados pelo projeto de morte do Agronegócio. O encontro foi acolhido na comunidade Jacarezinho, município de São João do Soter, leste maranhense, onde viveu o mártir da caminhada Edvaldo Rodrigues, assassinado no ano passado. Na ocasião, estiveram reunidas 21 comunidades do Cerrado maranhense, representadas por cerca de 200 trabalhadores e trabalhadoras rurais dos municípios de Codó, Caxias, Parnarama, Matões, São João do Soter, Timbiras e Arari.

O objetivo do encontro foi articular as lutas das comunidades e territórios da região leste cocais do Maranhão, que têm sido fortemente ameaçados pela ofensiva do agronegócio sob seus lugares de vida. Cabe ressaltar que a região escolhida para realização do encontro, não por acaso, está localizada nos limites da fronteira agrícola denominada Matopiba, local que nos últimos anos tem experienciado uma das faces mais violentas e agressivas do capitalismo na exploração da natureza e destruição de modos de vida depovos e comunidades tradicionais. 

                                      

Ainda, segundo os dados parciais divulgados pelo centro de documentação Dom Tomás Balduíno – Cedoc para ano de 2023, catalogados de janeiro a junho, 32% dos municípios onde foram registrados algum caso de conflito envolvendo comunidades camponesas e tradicionais estão localizados na região leste do estado. Os dados reforçam as denúncias de violações dos direitos fundamentais das pessoas e da natureza nesta localidade.

Para lutar contra essa ofensiva, comunidades vêm se articulando e se mobilizando nas lutas e resistências em seus territórios contra o latifúndio e o agronegócio que ameaçam a vida, o bioma Cerrado e a Amazônia com o avanço dos grandes projetos de morte. O momento foi de compartilhar as resistências das comunidades para se fortalecer e, juntas, criar estratégias coletivas de enfrentamento ao avanço do Matopiba sobre as comunidades e territórios ameaçados.

                        

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