Com informações dos Varadouros de Rio Branco e da Agência Brasil
Polícia Federal realiza operação de combate ao desmatamento na região Amacro; entre os presos está mandante do assassinato de missionária americana
A Polícia Federal realiza nesta terça-feira, 29, duas importantes operações de combate ao desmatamento da Floresta Amazônica na tríplice divisa Amacro (Amazonas, Acre e Rondônia). Entre os alvos da ação policial estão um dos mandantes do assassinato da missionária Dorothy Stang, crime ocorrido em 2005 no Pará, e um de seus filhos, que possui mandado de prisão expedido pela Justiça de Sena Madureira por tentativa de homicídio. Os dois são suspeitos de integrar organização criminosa responsável por desmatar uma área de quase 600 hectares dentro da Floresta Estadual do Antimary, localizada em Sena Madureira.
Amair Feijoli da Cunha, conhecido como Tato, foi condenado a 27 anos de prisão por ser o intermediário que contratou os executores da missionária Dorothy Stang, no Pará, é um dos alvos da Operação Terra Prometida. Ele foi beneficiado com redução de pena pela delação premiada, e teve a condenação reduzida para 18 anos de reclusão.
Nos últimos quatro anos, a unidade de conservação foi uma das mais impactadas pelo avanço do desmatamento e queimadas para a expansão da agropecuária. A operação detectou que os prejuízos ocasionados pelos crimes ambientais praticados pelos atuais e ex-proprietários da Fazenda Canaã somam montante de R$ 18 milhões ao bioma amazônico.
De acordo com as investigações, as organizações criminosas investigadas atuavam na invasão de terras públicas da União no norte do Acre e sul do Amazonas. Juntas, as áreas desmatadas nos dois estados somam mais de 1.400 hectares – uma área equivalente a 1.400 campos de futebol.
Operação Xingu
Outra operação deflagrada pela PF foi a Xingu, cujo foco de atuação são os municípios amazonenses de Boca do Acre e Lábrea. Na região – grande foco do desmatamento da Floresta Amazônica entre 2019 e 2022 – as investigações concluíram que a área desmatada pelo grupo criminoso é de 800 hectares. Toda essa devastação, segundo a polícia, se deu apenas ao longo do ano passado. Os danos ao meio ambiente chegam a um valor de R$ 17 milhões – sem levar em consideração os danos de perda da fauna e da flora amazônica. Ainda conforme a PF, o mandante da morte de Dorothy Stang também estaria envolvido nesta invasão e destruição da floresta dentro do Amazonas.
Os investigados poderão responder judicialmente pelos crimes de associação a organização criminosa, invasão de terras públicas, desmatamento, falsidade ideológica, estelionato e lavagem de dinheiro, entre outros delitos acessórios, cujas penas somadas podem ultrapassar 20 (vinte) anos de prisão. Os mandados foram expedidos pelas Justiças do Acre e do Amazonas.
Ao todo, foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva, 25 mandados de busca e apreensão e seis mandados de proibição de acesso e frequência à área Floresta Estadual do Antimary.