Evento foi realizado na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) e teve como objetivo debater medidas de combate à violência no campo
Foto: CPT Ceará
No dia 22 de junho (quinta-feira), a Comissão Pastoral da Terra - Regional Ceará realizou, por meio de audiência pública, a apresentação do relatório anual “Conflitos no Campo Brasil 2022”. A atividade, que ocorreu na Assembleia Legislativa do Ceará, reuniu o presidente da Comissão de Direitos Humanos, Renato Roseno, o presidente do Instituto de Desenvolvimento Agrário do Ceará (Idace), João Alfredo Telles, e representante do deputado estadual Missias Dias (PT).
Além de Thiago Valentim, da Associação Escola Família Jaguaribana (EFA), Samuel Olimpio, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Rosilene Aires,professora da rede de ensino básica e doutora em Geografia pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e André Ferreira, professor de Economia da UFC, que compuseram a mesa de apresentação do relatório e análise dos dados do relatório.
Segundo o coordenador regional da CPT CE, Claudiano Sobral, o momento foi de denúncia das violações contra os territórios e os direitos humanos e também de debater medidas e ações junto ao legislativo de diminuição da violência no campo. Joseli do Nascimento Cordeiro, agente da CPT de Sobral e quilombola do Batoque, e Sabrina Araújo Meneses, da Pastoral da Juventude Rural (PJR), chamaram atenção para a vida dos povos originários e tradicionais perdidas no campo e para o acesso a direitos básicos, ainda negados a essas populações.
A oportunidade foi marcada ainda pela celebração do Dia Nacional de Formação da CPT e pelo lançamento da Campanha Contra a Violência no Campo.
Dados
Em 2022, foram registrados pelo Centro de Documentação Dom Tomás Balduino da Comissão Pastoral da Terra (Cedoc-CPT) 14 conflitos no campo no Ceará, sendo 10 enquadrados em conflitos por terra e 2 no eixo trabalhista, com 6.891 pessoas diretamente envolvidas.
No que diz respeito ao trabalho escravo, o estado do Ceará, junto ao Piauí, é onde mais são identificados casos relacionados ao extrativismo vegetal, responsável por 12% dos resgatados no Brasil entre 2012 e 2016, com foco no extrativismo da carnaúba.