As romarias tem um sentido simbólico, acham sua fonte na própria marcha da humanidade. Sempre houve lugares que despertaram fascínio sobre as pessoas e para os quais as pessoas foram e vão à busca de algo para suas vidas.
As Romarias da Terra aconteceram na esteira do Concílio Vaticano II, que acabou com a ruptura entre povo, palavra e altar. As Romarias tradicionais essencialmente buscam o altar e o Santo, as Romarias da Terra introduziram a “Palavra”, a reflexão. As Romarias da Terra têm um caráter ecumênico e ainda mais macro-ecumênico, incorporando ritos e símbolos de outros religiões ao universo católico. As Romarias da Terra valorizam o religioso, e não falham na sua contribuição profética. Nelas se busca mais que confortar o coração, se busca a transformação da sociedade, a construção do Reino de Deus.
As romarias tradicionais estão centradas na individualidade, na promessa, no transcendente e as Romarias da Terra tem como foco o coletivo e a realidade do povo. “A romaria contribui para transformar a mística e a espiritualidade em gesto e compromisso concretos”. (Cícero Moreira da Silva, professor da Universidade do estado do Rio Grande do Norte)
“As Romarias da Terra são o Sacramento da caminhada. Elas são o templo do encontro do divino com o humano”. (Pe. Dirceu Fumagalli, agente da CPT Paraná)
A diversidade das Romarias
A CPT realiza Romarias da Terra desde 1978. As primeiras se deram no Rio Grande do Sul e em Bom Jesus da Lapa, Bahia. Há grande diversidade de Romarias, tanto pela periodicidade com que são realizadas, quanto aos locais.
Algumas são realizadas pelos regionais anualmente, outras a cada dois ou três anos. Outras não têm periodicidade definida.
Alguns regionais realizam suas romarias em lugares tradicionais de romaria, como na Bahia, no Santuário do Bom Jesus da Lapa.
O mais comum é que as Romarias da Terra se realizem em lugares marcados por algum fato significativo da luta pela terra: um conflito, a conquista da terra, etc.
A maior parte das Romarias é de âmbito regional ou estadual. Algumas são diocesanas.
Na primeira década do ano 2000, as Romarias começaram a se chamar de Romarias da Terra e das Águas.
Guiadas pelo evangelho do Deus dos pobres, as Romarias da Terra e da Água de 2023 renovam a fé contra a exploração e a opressão. Foto: Jorge Leão
Peregrinos das Romarias da Terra e da Água de 2022 celebraram o cuidado com a terra e com a vida no campo. Foto: Thomas Bauer CPT/H3000
Acompanhe as Romarias da Terra e das Águas realizadas nesse ano. Foto: Thomas Bauer
Com fé e esperança, os povos do campo caminham reforçando seu desejo por territórios livres!
Confira todas as notícias das várias Romarias da Terra e das Águas realizadas em todo o país durante o ano. (Foto: Thomas Bauer / CPT Bahia)
Veja as notícias e programação das Romarias da Terra e das Águas, realizadas anualmente em todo o Brasil. (Foto: CEB's)
Acompanhe as notícias das Romarias da Terra e da Água realizadas em todo em 2017. Veja, dessa forma, a demonstração de fé e esperança que ainda resiste entre o povo do campo.
As Romarias da Terra e das Águas são espaços de celebração, fraternidade, luta e produção, um elemento fundamental da cultura popular, camponesa e religiosa. Confira as notícias e imagens das Romarias de 2016.
Confira notícias, fotos e relatos das Romarias da Terra e das Águas realizadas pelo país durante todo o ano de 2015.
Acompanhe as notícias das Romarias da Terra e da Água realizadas em todo o ano de 2014. Veja, dessa forma, a demonstração de fé e esperança que ainda resiste entre o povo do campo.
A Romaria da Terra é um lugar de celebração, fraternidade, luta e produção, um elemento fundamental da cultura popular, camponesa e religiosa.
A fé do povo do campo na justiça social não cessa e por isso, em 2012 as Romarias da Terra e das Águas seguiram suas caminhadas de esperança e luta por todo o país. Em marcha, os romeiros alertam para a destruição da natureza, para o futuro do homem na Terra e denunciam a violência e o descaso do Estado com os trabalhadores rurais.
Em 2011, os povos da floresta e do campo se uniram em fé e força e marcharam em Romarias por todo o país. As manifestações denunciaram a devastação ambiental e as injustiças contra o campesinato, levando sempre em memória os mártires da terra que perderam suas vidas nesta luta.
Durante o ano de 2010, manifestações de fé se repetiram em todo o Brasil por meio das Romarias da Terra e das Águas. As marchas são um momento de fazer memória aos mártires que tombaram na luta pela terra, aos quilombolas, indígenas e pequenos agricultores que têm seus direitos suprimidos pelos interesses dos grandes proprietários.
Em 2009, as Romarias da Terra e das Águas continuaram sua missão de alertar a sociedade sobre a importância da preservação dos rios e das matas e também sobre a insegurança alimentar que avança sobre o mundo por meio do uso indiscriminado de agrotóxicos. Neste ano, novamente milhares de trabalhadores rurais se reuniram em caminhada por diversas cidades do país, reforçando sua esperança na justiça social.
Milhares de trabalhadores rurais caminharam juntos em 2008 por diversas cidades do país em manifestações de fé e resistência contra a devastação do meio ambiente e a violência no campo. As Romarias também protestaram contra grandes projetos que somente visam o privilégio da economia em detrimento da justiça social.
Em 2007, o povo do campo se uniu em Romarias por todo o país. De norte a sul do país, as caminhadas de fé reuniram milhares de pessoas, denunciando a exploração devastadora dos recursos naturais do planeta e confirmando a resistência dos povos do campo em defesa da terra e da água e contra o latifúndio.
Romeiros e romeiras engrossaram as manifestações de fé durante o ano de 2006 nas diversas regiões do país. As Romarias realizadas neste ano chamaram a atenção para os benefícios garantidos pelo Estado ao agronegócio em detrimento da agricutura familiar, para a preservação do Rio São Francisco e do meio ambiente de forma geral e lembraram também os mártires que tombaram durante a luta pela justiça no campo, como a missionária Dorothy Stang.
Em 2005, trabalhadore rurais, quilombolas, indígenas, pescadores, moradores de fundo de pasto, ribeirinhos, assentados, acampados, atingidos por barragens e todos os povos do campo se reuniram mais uma vez em Romarias pela justiça no campo e pelo direito a terra. As manifestações defenderam a agricultura familiar camponesa e denunciaram mais uma vez os atos de violência física e moral contra trabalhadores rurais.
A Comissão Pastoral da Terra, juntamente com dioceses, igrejas e entidades, realizou este ano diversas romarias da terra e da água. Um dos principais objetivos de todas estas caminhadas é chamar a atenção da sociedade para a luta pela Reforma Agrária e pelo acesso à água, sempre sob uma perspectiva bíblica.