Seminário Nacional denuncia violência e impunidade contra povos e comunidades tradicionais  

Evento em Brasília, de 25 a 27 de novembro, reunirá lideranças do campo, das florestas e das águas sob o lema “Lutamos pela paz, justiça e soberania”

Um cenário de crescente violência, marcado por disputas de terra, especulação imobiliária, ataques armados e crimes socioambientais, motiva a realização do Seminário Nacional “Povos e comunidades tradicionais contra a violência e a impunidade”. O evento ocorrerá de 25 a 27 de novembro de 2025, no Centro Cultural de Brasília (CCB).

Com o lema “Lutamos pela paz, justiça e soberania”, o seminário reunirá lideranças e organizações do campo, das florestas e das águas. O objetivo é aprofundar a escuta das comunidades afetadas e estruturar caminhos de incidência política para denunciar a grilagem, a violência e a impunidade.

O evento é organizado pela Campanha Contra a Violência no Campo, que agrega mais de 70 entidades da sociedade civil, movimentos populares e pastorais. A organização também é da Articulação das Pastorais do Campo, que inclui organismos como a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), o Conselho Pastoral dos Pescadores e Pescadoras (CPP), a Pastoral da Juventude Rural (PJR), o Serviço Pastoral do Migrante (SPM) e a Cáritas Brasileira.

Dados alarmantes motivam o encontro

O seminário busca dar visibilidade às diversas violações enfrentadas diariamente pelos povos tradicionais, com base em dados que evidenciam a escalada dos conflitos.

Dados da Comissão Pastoral da Terra apontam que, entre 1985 e 2023, a região amazônica concentrou 44% dos mais de 50 mil  casos de violência agrária no país. Desses, 84% estão relacionados a disputas por terra.

O último relatório do Conselho Indigenista Missionário aponta 154 conflitos por direitos territoriais em 114 Terras Indígenas, destacando graves ataques armados contra comunidades Guarani e Kaiowá (MS), Avá-Guarani (PR) e Pataxó e Pataxó Hã-Hã-Hãe (BA).

O terceiro  relatório do Conselho Pastoral dos Pescadores e Pescadoras (2022-2024), que sistematizou dados de 450 comunidades, revela que mais de 32 mil famílias de pescadores artesanais enfrentam violações graves. Destas, 71,4% estão relacionadas à especulação imobiliária, que promove a invasão e privatização de territórios tradicionais.

PROGRAMAÇÃO PREVISTA

O eixo central do encontro será a incidência política. A programação inclui a escuta de relatos, formação e intercâmbio de experiências, além de painéis para análise de dados. Estarão em pauta os impactos do chamado “PL da devastação” e o decreto de Povos e Comunidades Tradicionais (PCT).

Destaques da Programação:

  • 25 de novembro (Segunda-feira):

13h30: Abertura do seminário e partilha das realidades.

  • 26 de novembro (Terça-feira):

Manhã: Diálogo com o tema Massacres e Impunidade no Campo: parlamento e organizações debatem em defesa da vida.

Tarde: Apresentações de dados da CPT, CPP e Cimi, seguidas de um debate sobre os impactos do Projeto de Lei (PL) nº 2159/2021, o “PL da devastação”.

  • 27 de novembro (Quarta-feira):

Meio-dia: Encerramento com a aprovação e apresentação da Carta dos Povos e definição de encaminhamentos.

Foto: Heloisa Sousa – CPT-Nacional

SERVIÇO

O Quê:

Seminário Nacional: Povos e comunidades tradicionais contra a violência e a impunidade.

Quando: 25 a 27 de novembro de 2025

Onde: Centro Cultural de Brasília (SGAN 601, Módulo D – Asa Norte, Brasília – DF).

Lema: “Lutamos pela paz, justiça e soberania”.

Organização: Campanha Contra a Violência no Campo e Articulação das Pastorais do Campo (CPT, CPP, SPM, PJR, Cáritas Brasileira e Cimi)

Contato para Imprensa:

Cláudia Pereira

Telefone: 11 97261 3732

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