Povos da Amazônia reunidos na COP 30 Regional Rondônia publicam Carta em defesa da vida, dos territórios e do futuro da Casa Comum

Entre os dias 10 e 12 de novembro, aconteceu a COP 30 Regional em Porto Velho, no Centro Arquidiocesano de Pastoral, reunindo lideranças e representantes de diversos povos indígenas da Amazônia, extrativistas, pescadores, quilombolas, camponeses, moradores em situação de rua e vulnerabilidade social, homens e mulheres, jovens e idosos, junto a organizações comprometidas com a preservação ambiental e os direitos das populações tradicionais.
Durante a abertura, o palestrante Ramon Cajuí destacou a urgência da preservação ambiental e os graves impactos das mudanças climáticas para as populações da Amazônia. Em sua fala, ele ressaltou:
“Se os poderosos entendessem que as consequências das suas ações impactam diretamente o seu futuro, realizariam ações para impedir os danos ao meio ambiente e à vida. Aqui na Amazônia, por exemplo, a mudança no regime de chuvas aumenta a devastação. Isso afeta não só a Amazônia, mas também o sul e o sudeste do Brasil. Como dissemos na dinâmica do começo, tudo está interligado nessa nossa casa comum.”
A comissão organizadora é composta pela Cáritas Brasileira – Articulação Noroeste; Cáritas Arquidiocesana de Porto Velho; Comissão Pastoral da Terra Rondônia (CPT-RO); Conselho Indigenista Missionário (CIMI) – Regional Rondônia; Pastoral Indigenista; Serviço Pastoral do Migrante (SPM); Organização dos Povos Indígenas de Rondônia e Noroeste do Mato Grosso (OPIROMA); Conferência Nacional dos Bispos do Brasil Regional Noroeste (CNBB-NO) e Arquidiocese de Porto Velho.
Também participaram do encontro a Organização dos Professores Indígenas de Rondônia e Noroeste do Mato Grosso (OPIRON), Comitê da Bacia da Hidrográfica dos Rios São Miguel Vale do Guaporé (CBHRSMVG) e a Coordenação Estadual das Comunidades Negras Rurais Quilombolas de Rondônia (COEQ-RO).


Ao final do Encontro, os povos representados publicaram uma Carta em que denunciam as falsas soluções do chamado “capitalismo verde” para a crise climática e reafirmam que a Terra, nossa mãe, não está à venda.
Como afirma um trecho da Carta: “Na Amazônia, essa nova ofensiva se materializa em projetos como a AMACRO (zona de desenvolvimento que abrange Amazonas, Acre e Rondônia), que representa a expansão da fronteira agrícola sobre nossos territórios, intensificando o desmatamento, as queimadas, a grilagem e os conflitos fundiários. Sob o pretexto de uma “transição energética”, vemos avançar a exploração mineral intensiva e grandes projetos de infraestrutura — hidrelétricas, hidrovias, ferrovias e estradas — que rasgam nossas terras para o escoamento de commodities, deixando um rastro de contaminação em nossos rios e violações de direitos.”
Em união, as comunidades vão fortalecendo a luta pela proteção dos territórios, pelo respeito às populações tradicionais e pela construção de soluções reais e justas para a Amazônia e para o planeta.
Por CPT Regional Rondônia
Edição: Carlos Henrique Silva (Comunicação CPT Nacional)
Confira a Carta abaixo: