Comissão Pastoral da Terra (CPT) é homenageada pelos seus 50 anos, em Sessão Solene na Câmara dos Deputados

Na próxima terça-feira, 26 de agosto, às 09h, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) receberá homenagem em Sessão Solene no plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), em celebração aos 50 anos de atuação junto aos povos e comunidades do campo, trabalhadores/as da terra, das águas e das florestas. A homenagem foi proposta através de requerimento do deputado federal Nilto Tatto (PT-SP).
Acompanhe a transmissão da Sessão Solene neste link.
Justificando a sua solicitação, o dep. Nilto Tatto destaca o papel da Pastoral na luta pela reforma agrária, na defesa dos territórios tradicionais e na promoção da agroecologia, em um país onde a concentração de terras é histórica e os conflitos no campo são frequentes.
“A CPT tem sido uma voz ativa na denúncia de violências, grilagens, desmatamentos e violações de direitos. Seu trabalho vai além da assistência: é um chamado à transformação social, baseado nos princípios da fé cristã e na opção preferencial pelos pobres, na defesa dos povos indígenas e comunidades quilombolas, cujos territórios estão constantemente ameaçados pelo avanço do agronegócio, da mineração e de grandes projetos de infraestrutura”, destaca o parlamentar, vislumbrando a construção de um país onde a terra seja um bem comum, partilhado com justiça e equidade.
A homenagem contará com a presença de Ronilson Costa, da Coordenação da CPT Nacional; Padre Severino Leite Diniz, da CPT São Paulo; Alessandra Miranda de Souza, da Comissão Episcopal para a Ação Sociotransformadora da CNBB (Cepast/CNBB); Ceres Luisa Antunes Hadich, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST); e Frei Sérgio Görgen, do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA).
Breve histórico e atuação da CPT
Nascida em junho de 1975, durante o Encontro de Bispos e Prelados da Amazônia, realizado em Goiânia (GO) por convocação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a CPT foi fundada como resposta à grave situação vivida pelos trabalhadores rurais, posseiros e peões, sobretudo na Amazônia, submetidos a condições análogas ao trabalho escravo e expulsos das terras que ocupavam.
Em plena ditadura militar, o vínculo com a CNBB ajudou a CPT a realizar o seu trabalho e a se manter no período em que a repressão atingia agentes de pastoral e lideranças populares, mas logo a Pastoral também adquiriu caráter ecumênico e atuou em parceria com outras igrejas e confissões religiosas.
A CPT atua em defesa dos Direitos Humanos, direito à posse da terra e de nela permanecer e trabalhar, direito de acesso à água, direito ao trabalho em condições dignas, denunciando e combatendo o trabalho escravo. Outras questões trabalhadas também são a agroecologia, o resgate de sementes tradicionais ou crioulas, a justiça socioambiental e climática, o combate ao desmatamento indiscriminado, às queimadas criminosas e ao uso de agrotóxicos; a denúncia contra a destruição de nascentes e poluição da água pela ação das mineradoras e do agronegócio.
A CPT também publica, há quase 40 anos, o relatório Conflitos no Campo Brasil, onde constam as ocorrências registradas a partir do trabalho de agentes pastorais, além da apuração de denúncias, documentos e notícias, feita pela equipe de documentalistas do Centro de Documentação Dom Tomás Balduíno (Cedoc). O documento é uma fonte de pesquisa para universidades, veículos de mídia, agências governamentais e não-governamentais.
Serviço – Sessão Solene de Homenagem aos 50 anos da CPT
Data: 26 de agosto de 2025 (terça-feira), às 9h
Local: Plenário da Câmara dos Deputados
E-mail: comunicacaocpt@gmail.com; comunicacao@cptnacional.org.br