Pescaria contra Belo Monte termina com ato e doação de peixes

Terminou hoje, 14 de março, a grande Pescaria dos Pescadores e Pescadoras do Xingu como forma de protesto contra a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, em pleno coração da Amazônia.

 

 

 


 

Famílias  dos mais de 250  pescadores que participaram da Pescaria iniciada no último dia 11, reuniram-se hoje em frente ao prédio da Eletronorte, no cais de Altamira (PA), desde as 8hs para preparar as manifestações do dia sem se deixar intimidar pelo forte aparato policial presente. A manhã toda foi de falas dos presentes manifestando seu repúdio contra Belo Monte, com músicas e manifestações. Ao meio dia iniciou-se a romaria fluvial com mais de 40 barcos carregando um pouco dos presentes no cais. Após a romaria aconteceu o almoço comunitário para mais de 800 pessoas entre pescadores, seus familiares e apoiadores da manifestação.

 

Os pescadores e pescadoras se preparam, agora, para a grande assembleia dos pescadores (as) da região transamazônica Xingu, que deverá realizar-se nos dias 25, 26 e 27 de março, onde espera-se a participação de mais de 700 pescadores. No final do ato de hoje, foi realizada, uma coletiva de imprensa com a presença dos pescadores e pescadoras e, em seguida, foi feita a doação dos peixes pescados a várias entidades e instituições de caridade

A pescaria teve por objetivo denunciar as ameaças que pesam sobre os povos do Xingu com a construção de Belo Monte, bem como tornar público o desrespeito às leis e aos direitos humanos. As populações de Altamira que dependem diretamente do rio para garantir o sustento de suas famílias como os indígenas, pescadores, ribeirinhos, têm sido vitimas constantes de ameaças e de investidas de empresas que serão beneficiadas diretamente pela obra.

Os manifestantes exigem que não haja alterações no percurso natural do rio Xingu, preservando assim as diversas espécies vivas que habitam e dependem do rio. Os pescadores e pescadoras pedem ainda a imediata paralisação da obra e o respeito ao direito das populações que sobrevivem dos frutos retirados do rio. Eles solicitam a criação de um fundo protetor que possibilite a existência natural do rio e ampare as populações que vivem em suas margens.

O movimento dos Pescadores contou com apoio de várias outras entidades e organizações da sociedade civil, MPA, Prelazia do Xingu, CPT, CIMI, Fase, Fundo Dema, MAB, Movimento Xingu Vivo para Sempre, COIAB, CJP, SDDH, ABEEF, FAOR, FEAB, Pastoral da Juventude e UJOX.

Maiores informações:

Fábio Barros (CPT) – (93) 9146-6932

Luis Cláudio (CIMI) – (91) 8298-5716

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *