NOTA DE REPÚDIO contra a prisão da Advogada Popular Lenir Correia

Lenir Correia é uma profissional de reconhecido compromisso com os direitos humanos e na defesa da justiça social no campo. Foto: Fernando Martinho/Repórter Brasil
Lenir Correia é uma profissional de reconhecido compromisso com os direitos humanos e na defesa da justiça social no campo. Foto: Fernando Martinho/Repórter Brasil

A Comissão Pastoral da Terra (CPT) de Rondônia vem a público manifestar seu mais veemente repúdio à prisão da advogada popular Lenir Correia, ocorrida no último dia 12 de novembro de 2025, no município de Ji-Paraná, Rondônia, no âmbito da chamada “Operação Godos”.

A prisão de Lenir Correia não é um fato isolado, mas representa mais um grave episódio na escalada de criminalização da advocacia popular e dos movimentos sociais que lutam pelo direito à terra em nosso estado.

Trata-se de uma inaceitável tentativa de silenciar uma voz corajosa que se dedica historicamente à defesa jurídica de dezenas de famílias de camponeses e trabalhadores rurais, cuja única luta é por um pedaço de chão para viver e produzir com dignidade.

Lenir Correia é uma profissional de reconhecido compromisso com os direitos humanos e a defesa da Reforma Agrária e da justiça social no campo, e sua atuação tem sido fundamental para garantir o mínimo de amparo legal a comunidades vulnerabilizadas e constantemente ameaçadas pela violência no campo. Perseguir uma advogada em razão de sua atuação profissional é atentar diretamente contra o Estado Democrático de Direito, o direito à ampla defesa e a própria função social da advocacia.

A CPT de Rondônia repudia com veemência a criminalização da advocacia popular. A luta pela terra não é crime, e defendê-la é um dever ético e um direito que deve ser protegido.

Ademais, causam-nos profunda preocupação as condições em que se dá essa prisão. A advogada possui um quadro de saúde delicado, agravado pelo diabetes, que inspira cuidados incompatíveis com o ambiente carcerário. Diante da manifesta ausência dos requisitos legais que justifiquem a manutenção de sua prisão, a medida se revela desproporcional, arbitrária e de caráter punitivo antecipado.

Exigimos a imediata revogação da prisão e a restituição da plena liberdade à advogada Lenir Correia. Conclamamos as instituições do sistema de justiça, a Ordem dos Advogados do Brasil e todas as organizações de defesa dos direitos humanos a se posicionarem firmemente contra mais este ataque à democracia e à justiça social em Rondônia.

Comissão Pastoral da Terra – Regional Rondônia

Porto Velho, 13 de novembro de 2025.

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6 comentários

  1. Meu total apoio a está advogada. Que daí leis são estas que abram brechas para ser presa quem investiga? De investigadora a ser perseguida e preso! Absurdo uma coisa dessas. É jogar no Luciana Constituição brasileira.

  2. Absurdo é esse? prisões arbitrárias estão acontecendo em. Rondônia quem são esses. Juízes que.estão assinando essas prisões devem. ser tds. bolsonaristas só pode ser

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