Em 2024, 1.622 trabalhadores rurais foram resgatados do trabalho escravo, aponta publicação da CPT
Relatório anual Conflitos no Campo Brasil 2024 mostra uma queda no número de pessoas resgatadas com relação ao ano anterior, onde foram registrados 2.663 resgates
Em 2024, foram registrados 151 casos de trabalho escravo rural, resultando em 1.622 trabalhadores resgatados, segundo dados da publicação “Conflitos no Campo Brasil 2024”. O número representa uma queda em relação ao ano de 2023, que apresentou o maior número de trabalhadores resgatados da última década – 2.663, e também após três anos consecutivos de crescimento.
Em parte, essa queda de 40% nas ocorrências e de 39% no número de resgatados em comparação a 2023, deve-se à greve dos Auditores-Fiscais do Trabalho (AFTs) iniciada em março de 2024. A paralisação tinha entre suas exigências a melhoria das condições de trabalho dos auditores, classe que sofreu com sucateamento nos últimos anos.
Mais uma vez, o estado de Minas Gerais se destaca quanto aos números de casos e de resgates, foram 37 ocorrências e 479 trabalhadores resgatados. Também se destaca o estado de São Paulo, com 11 ocorrências e 357 trabalhadores resgatados; o Mato Grosso do Sul, com 19 ocorrências e 124 trabalhadores; Amazonas, com 3 ocorrências e 103 resgates; Espírito Santo e Goiás, com 6 ocorrências e 83 trabalhadores resgatados em cada estado; e o Maranhão, com 10 casos e 82 trabalhadores resgatados.
Atividades Econômicas
No que diz respeito às atividades econômicas onde se concentram os casos de trabalho escravo, no Sudeste, onde foi registrado o maior número de trabalhadores resgatados, as principais atividades são as lavouras de café e cebola. No Centro-Oeste, as principais atividades com resgates de trabalhadores são a pecuária e o cultivo de cana-de-açúcar. No Nordeste, destacam-se a produção de etanol e a mineração, enquanto no Norte, os trabalhadores foram resgatados principalmente em atividades de desmatamento ilegal e garimpo. Já no Sul, os casos de trabalho escravo estão concentrados no cultivo de maçã e na lavoura de uva.
No último ano, a atividade econômica onde mais se resgatou pessoas da condição de trabalho escravo foi na produção cafeeira. São encontrados trabalhadores em condições análogas à escravidão desde o plantio e colheita do fruto, beneficiamento, limpeza e remoção da casca e moagem. Foram 237 resgates somando os estados de Minas Gerais (144), Espírito Santo (82), e Bahia (11).
Seguido da produção de café, se destaca a lavoura de cebola, com 194 trabalhadores resgatados em São Paulo (121) e Minas Gerais (73). E também a pecuária, com um total de 137 resgates em diversos estados brasileiros, especialmente na região Centro-Oeste, com 65 resgates registrados.
Serviço – Lançamento nacional do relatório Conflitos no Campo Brasil 2024
Data: 23 de abril de 2024 (quarta-feira), a partir das 9h
Local: Sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB (Setor de Embaixadas Sul Quadra 801 Conjunto B – Asa Sul)
Para solicitar os dados brutos, entre em contato com a Assessoria de Comunicação: comunicacao@cptnacional.org.br
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