Confira quais serão as nascentes recuperadas!

Local e histórico das nascentes a serem recuperadas

PIAUÍ

Nascente localizada no Território Vão do Vico, município de Santa Filomena (PI). O território Vão do Vico é uma comunidade indígena Gamela com um total de 17 famílias, que por ação de grileiros e avanço de soja tiveram seus brejos (principal local de proteção das águas dessa comunidade) destruídos pela pulverização aérea de agrotóxicos, destruindo toda a mata de cobertura de proteção de nascente. Com isso, as chuvas carregaram muita areia, soterrado e matando muitas delas.         

MARANHÃO

Nascente que dá origem ao Rio Itapecuru, um curso d’agua brasileiro com 1.450 quilômetros de extensão e largura de 50 a 120 metros, que banha o Estado do Maranhão. As primeiras águas brotam na localidade conhecida pelos moradores da região como “Vão do Pinto” – nome que faz alusão a grande quantidade de Emas que habitavam esta região da nascente deste rio -, no município de São Raimundo das Mangabeiras, localizado dentro da área do Parque Estadual do Mirador – Sul do Estado, altitude 530m e corre no sentido Nordeste – Norte até desaguar na bacia de São José, Golfão Maranhense.

Com 52.972,1 km² e ocupando 16% do território estadual, a bacia do Itapecuru encontra-se inteiramente localizada no Maranhão e abastece 60% da população de São Luís, além de outras cidades no estado. O curso do Rio pode ser caracterizado em 3 regiões: Alto, Médio e Baixo Itapecuru. Os principais Rios Afluentes são Alpercatas, Corrente, Pucumã, Santo Amaro, Itapecuruzinho, Peritoró, Tapuia, Pirapemas, Gameleira, Codó, Timbiras, e Coroatá. O nome Itapecuru provém do Tupi ita (pedra) pe (caminha) curu (influencia) e significa “água caminha entre as pedras”.

A relevância do Rio Itapecuru para o desenvolvimento dos municípios localizados na bacia configurou-se desde o período colonial, desempenhando importante papel na região. O Rio funcionou, ao longo do tempo, como via de circulação para barcos que abasteciam as comunidades ribeirinhas e adquiriam a produção local.

A economia no Maranhão no século XIX, baseada na exportação do algodão, era realizada por meio do transporte fluvial por companhia de navegação a vapor no Rio Itapecuru, que banhava as regiões produtoras, como município de Caxias, até o porto de São Luís. A capital também desenvolvia um Parque Industria Têxtil, mas era necessário uma forma de transporte mais eficiente. A atividade e navegação é reduzida após a construção da Estrada de Ferro São Luís – Teresina, cujo traçado acompanha praticamente o curso do Rio, interligando os municípios que se localizam às margens da cidade de Caxias até a Foz.

GOIÁS

Nascente localizada em comunidade camponesa localizada no Distrito do Cruzeiro do Bom Jardim, localizado no município de Silvânia, a 62 km de Goiânia (GO). Na área rural vivem 40 famílias que vivem da renda do leite e da agricultura familiar. No espaço comunitário há a escola José Eduardo Mendonça, onde muitas iniciativas são colocadas em prática, como o projeto de horta-viveiro “Ciclo da Vida”, com canteiros de hortaliças e temperos verdes. O viveiro abastece a merenda escolar e serve como campo de aprendizado dos alunos. 

A comunidade enfrenta o problema do desmatamento e da diminuição das águas, o avanço da monocultura da soja e a pulverização dos agrotóxicos em suas plantações. Entretanto, a comunidade escolar tem uma participação diferenciada no ensino aprendizagem, pois realizam diversas pesquisas e possuem um interesse grande em preservar o Cerrado e suas águas. A região vem perdendo muitas das suas nascentes.

Vale ressaltar que uma das riquezas do lugar é a fauna e a flora. As principais árvores encontradas próximas à nascente são as Guatambu, Angico e Pérola Rosa. Contudo, a nascente que abastece praticamente todo o distrito vem sofrendo e a comunidade quer recuperá-la. Ela nasce no Rio Caldas e desagua no Rio Meia Ponte. 

MATO GROSSO

A nascente a ser recuperada será na comunidade Poço Azul, no município de Poxoréu (MT). A comunidade é composta por cerca de 16 famílias tradicionais e possui ao menos seis nascentes, das quais três fornecem água para residências.

Com o decorrer do tempo, as minas estão secando devido à falta de vegetação nativa, assoreamento e em algumas delas pelo pisoteamento do gado, que vem causando a escassez de água para as famílias que dependem delas. As famílias também usam água das nascentes para plantio de hortas, quintais produtivos e pequenas roças, para subsistência e geração de renda. Especialmente no ano de 2020, as famílias tiveram mais dificuldades para manter sua produção por falta de água.

MATO GROSSO DO SUL

Nascente localizada no Projeto de Assentamento Nazareth, no Município de Sidrolândia (MS), próximo à BR 163. A nascente está situada no início da Reserva Legal 02, nos limites dos lotes 07, 08, 11 e 10 do assentamento. 

Acampados na frente da Fazenda Nazareth desde 2009, as famílias esperaram por quatro anos a finalização do processo de desapropriação da área que pertencia a Plinio Rocha, ex secretário estadual de governo, para finalmente serem assentadas. Nesse período, muitas das famílias utilizavam a água de um pequeno lago que ficava próximo ao barracos e no início da mata, dentro da área da fazenda, para lavar roupas, louças e panelas, tomar banho e muitas vezes também para beber. Um grupo se formava para pescar pequenos peixes que havia por lá e distribuíam entre as famílias. 

Este pequeno lago está completamente comprometido. Por conta do descasos de alguns, que não se preocuparam em manter o gado afastado da área, as idas e vindas deste gado pisoteando as margens, acarretaram em sua degradação e se não for feita uma ação de proteção no entorno da área, a nascente deixará de existir completamente.

 

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