Trabalhadores rurais e organizações sociais fazem 2º dia de bloqueio em rodovias de MT

Eles querem assentamento imediato de 10 mil famílias acampadas. Manifestantes reivindicam reforma agrária e investimentos em várias áreas. O bispo Dom PEdro Casaldáliga enviou mensagem de apoio ao grupo, em que destaca “O programa que vocês propõem é de justiça e o reivindicaremos com as nossas organizações e com as ações concretas da caminhada”.

 

 

(Portal G1)
Integrantes de movimentos e organizações sociais do Mato Grosso, entre eles o MST, continuaram com o bloqueio nas BR’s 364 e 070, nesta terça-feira, 26. Na BR- 364 a interdição é na Serra de São Vicente , próximo de Rondonópolis, a 218 quilômetros da Cuiabá. Já na BR- 070, o bloqueio é sobre a Ponte do Rio Paraguai, em Cáceres, a 250 quilômetros da capital.

Os manifestantes reivindicam, o assentamento imediato de cerca de 10 mil famílias que encontram-se acampadas em locais precários, além da retomada das terras públicas pertencentes à União.

“Queremos um diálogo com o governo e o bloqueio não irá terminar enquanto não houver resposta”, disse Paulo César Moreira, da coordenação da Pastoral da Terra. Ele disse que há situações gravíssimas no campo e que precisam urgentemente serem discutidas junto ao governo federal, principalmente.

Em documento divulgado na segunda-feira (25), os manifestantes cobraram a desintrusão de quatro terras indígenas, sendo, a Urubu Branco, em Confresa; Manoki, em Brasnorte, Juruna, em São José do Xingu, e da Jarudori, em Poxoréo. Eles também pedem a demarcação de cinco áreas indígenas e a criação de uma nova reserva indígena.

Investimentos em infraestrutura constam da pauta dos trabalhadores, que reivindicam a recuperação e abertura de estradas; construção de pontes, poços artesianos, redes de distribuiição de água, rede de distribuição de energia do programa Luz para Todos, bem como a implantação de espaços de convivência e parques de lazer nos assentamentos.

Os manifestantes também pedem investimentos na educação, saúde, implantação de postos de atendimento médico. De acordo com a assessoria do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), as reivindicações dos manifestantes já foram repassadas para a presidência do instituto e ouvidoria agrária.

 

Abaixo, leia manifestação de apoio às lutas de Dom Pedro Casaldáliga.

Querido povo da caminhada no campo, a nossa força está na união dos trabalhadores e trabalhadoras e povos do campo, das águas e da floresta. Uma união consciente, politicamente correta e sustentada pela fé no Deus da Vida. Uma união que se deve demonstrar no cada dia de cada luta. O programa que vocês propõem é de justiça e o reivindicaremos com as nossas organizações e com as ações concretas da caminhada.

A companheirada nos precede e nos acompanha, milhares de testemunhas mártires garantem a nossa utopia, a terra e a vida são patrimônio do povo. A vitória se faz caminhando e lutando com uma esperança invencível.

Das bandas do Araguaia e do Xingú um abraço totalmente solidário.

Pedro Casaldáliga

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